quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O fim de uma era...

Como era de se esperar, o blogger, assim como o blog do Terra que tinha anteriormente, também acabou não chegando aos pés das expectativas que tinha para conseguir passar um conteúdo bem feito, chamativo e acima de tudo organizado para as pessoas que chegam até aqui, independente do caminho que seguem.
Na próxima tentativa, estou fazendo um blog no Wordpress, com a esperança de ser minha casa definitiva. Tudo mudou, inclusive o nome. É uma época de renovação, e assim, se tudo der certo, cada vez mais espero poder passar para os leitores um conteúdo de qualidade.
Espero que compreendam a frustração!
Segue o link:
Obrigado a todos!
Ivan Chagas.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Crítica de cinema: Anjos e Demônios

Anjos e demônios: a Itália resplandece sob a insanidade de um Carmelengo
O interesse pela literatura está longe de ser parte integrante da cultura nacional. Mal sabem aqueles que não lêem, que um bom livro pode acrescentar na vida de uma pessoa não apenas conhecimento, mas tantos outros benefícios, como por exemplo, a capacidade de criatividade imaginária.
Através dos livros podemos imaginar lugares nunca visitados por nós. Grandes praças, vastos campos, belas paisagens, cidades enormes, vilarejos pequeninos, guetos fétidos, edifícios aos pedaços. Um escritor de talento, sabe transportar o leitor para os exatos lugares que suas obras utilizam como pano de fundo.
Assim foi quando li o best-seller O código Da Vinci. Imaginei Paris abraçada por beleza de encher os olhos. A cidade luz como ela sempre me foi contada por aqueles que já a haviam visitado. Largas ruas, esplêndida luminescência, e principalmente O museu do Louvre, de organização impecável.
Após assistir a adaptação da obra literária para os cinemas, em 2006, cheguei ao resultado de que tudo aquilo foi simplesmente frustrante. Três anos depois, o escritor norte-americano Dan Brown, teve uma segunda obra adaptada para as telonas, dando origem a Anjos e demônios (Angels and Demons, EUA/ITA, 2009), filme com lançamento em DVD previsto para 2 de Setembro no Brasil.
Para os mais desavisados, este segundo filme é na verdade a parte que antecede as primeiras aventuras realizadas pelo professor de simbologia americano Robert Langdon (novamente interpretado por Tom Hanks) em O código Da Vinci.
Na Itália atual, mais especificamente no Vaticano, o país, proporcionalmente mais rico do planeta, o Papa em atividade morre subitamente, e todos aguardam ansiosamente a votação e conseqüente reposição deste. Quando tudo parecia normal, quatro cardeais – os mais indicados na sucessão papal – são seqüestrados horas antes do início do Conclave – a seleção do próximo Papa a Ocupar a cadeira do Vaticano.
Apesar das rusgas e intrigas com Langdon, o Vaticano não vê outra solução além de chamar o simbologista para ajudar a igreja na busca pelos desaparecidos, já que, para isso, seria necessário descobrir a rota do “caminho da iluminação”, que levaria de encontro à antiga sociedade secreta italiana Iluminatti.
Juntamente com os seqüestros, há também a ameaça de explosão de uma bomba de antimatéria, e assim entra na história a cientista Vittoria Vetra (Ayelet Zurer), o que basicamente Sofie Noveau foi para Langdon no primeiro filme, essa moça será para ele em Anjos e Demônios, exceto pelo sex-appel do casal.
Daí em diante, dá-lhe ação, voltas e reviravoltas nos cansativos mais de 140 minutos de fita. Ron Howard, experiente diretor indicado ao Oscar deste ano pelo ótimo Frost/Nixon, também volta às rédeas dessa segunda parte, mas aparentemente não aprendeu muito com as críticas ferrenhas que sofreu com a realização de O código Da Vinci.

Situações estapafúrdias, como quando o “carmelengo super-homem” Patrick McKenna (Ewan McGregor, de A lista – Você está livre hoje?), salta de um helicóptero e faz um lençol de pára-quedas quebram um pouco a credibilidade construída ao longo da fita.
Os toques de excelência de Anjos e Demônios ficam realmente a cargo dos cenários – Roma e o Vaticano resplandecem em fontes, praças e pontos turísticos maravilhosos à luz da lua – e da edição das frenéticas cenas de ação, capazes de tirar o fôlego até mesmo dos mais sonolentos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ecobags: carregue essa idéia nos ombros.


Apesar de soar comum e até por diversas vezes hipócrita, cuidar do meio ambiente é mais do que essencial nos dias correntes. Quando digo isso, não me refiro a você, leitor do blog, simplesmente sair por aí, perguntando “qual é o horário de saída do próximo bote do Greenpeace para surpreender os caçadores de baleias-jubarte?”.

Cuidar do que é nosso não é uma tarefa tão árdua quanto parece. Aquela máxima de que, se cada um fizer a sua parte, todos poderemos viver comumente em um mundo melhor do que esse que dispomos hoje não tem que simplesmente ficar nas nossas mentes, ou no papel.

Revisão e regulagens nos carros é uma boa pedida, assim como, quando possível, abastecer seu meio de transporte com álcool ou gás natural, que poluem em escala um tanto quanto menor que a gasolina ou o óleo diesel.

Querem uma alternativa mais fácil? Já ouviram falar nas ecobags? Sim, numa tradução literal seria algo como sacolas/bolsas ecológicas. Alguns locais ainda trabalham com sacos de papel, às vezes até reciclados, como é o caso da vídeo-locadora paulistana 2001 Vídeo. A idéia é boa, mas honestamente, quem necessitaria de um compartimento desses para transportar algo que facilmente podemos levar nas mãos?


À parte do exemplo acima, a grande maioria dos estabelecimentos em todo o mundo ainda dispõe de sacos plásticos, que por serem feitos de cadeias moleculares inquebráveis, têm tempo indefinido para voltarem a se incorporar na natureza. Principalmente por conta deste problema, as ecobags, grande atrativo para o público feminino, estão se tornando cada vez mais populares e se transformando não apenas no chamado produto verde – que não degrada o meio ambiente – mas sim numa tendência de moda.

No inicio da disseminação, as ecobags ainda não dispunham de tamanha publicidade que hoje envolve o produto. Para criar uma identidade de “ambientalmente correto”, as bolsas eram normalmente disponíveis em tons pastéis de verde, marrom e palha, ou seja, as cores mais encontradas na natureza. Hoje em dia, tudo isso mudou.

O produto se solidificou no mercado, e como era previsto, marcas como a empresa de alimentos Perdigão, a grife Louis Vuitton, a rede de cafeterias norte-americana Starbucks, a rede de restaurantes América, entre tantos outros, também entraram no lobby de fabricação das bolsas ecológicas, não somente abraçando a causa de um mundo mais limpo, como também lucrando com a idéia.





Sendo assim, torna-se cada vez fácil encontrarmos cores, texturas estampas, penduricalhos e frases com os mais variados significados, que servem para incrementar uma idéia original, simples e correta. As bolsas, fabricadas com produtos 100% biodegradáveis, levam geralmente tecidos e linhas naturais. As pinturas e estampas são feitas com tintas à base de água, ou seja, desprovidas de solventes derivados de petróleo.

No Brasil, os sacos de supermercados, farmácia e comércio varejista em geral geram produzem o equivalente a 210 mil toneladas anuais do chamado plástico filme, e representa 9.7 % de todo o lixo produzido no nosso país. Essa realidade que preocupa tanto ambientalistas de todo o mundo já fez com que diversas leia tenham sido instauradas em paises europeus, como por exemplo na Alemanha, onde os consumidores são obrigados a pagar cerca de sessenta centavos extras pelo uso de sacos plásticos.

Obviamente, grandes empresas e corporações perderiam, e muito com a eliminação completa de produtos plásticos, mas a questão mais profunda de toda a situação não são ganhos monetários, e sim até aonde vai a ignorância humana em relação à saúde do planeta. Ecobags podem ser o início de tudo. Divulguem, utilizem, fabriquem suas próprias sacolas ecológicas. Faça sua parte na busca de um planeta mais limpo.

Qual é o SEU interesse nisso tudo?

Crítica de cinema: Wolverine - O filme

Wolverine – O filme: as dores e dissabores de ser o mutante número um.

Para o público que acompanha o cinema de perto, ou até mesmo esporadicamente, de longe, já não é mais novidade ou segredo algum que as películas baseadas em histórias em quadrinhos, mais conhecidas como HQs, são uma fonte inesgotável de trabalhos grandiosos, efeitos especiais de vanguarda e recordes de bilheterias cada vez mais impressionantes.

Assim como cresce a industria do entretenimento, principalmente norte-americana, a pirataria ao redor do planeta também se dissemina em uma velocidade talvez ainda maior, e mais voraz.. Lançamentos mundiais, segurança reforçada e olhos bem abertos nas salas de cinema, reduzida distribuição de cópias de serviço e produtos com travas anticópia são alguns dos mais variados exemplos de tentativas, diga-se de passagem, frustradas no combate a esse tipo de crime.

Quem não se lembra do triste caso do filme nacional Tropa de Elite, que antes mesmo de seu lançamento nos cinemas, já tinha cópias de alta qualidade sendo vendidas em barraquinhas de camelô por todo o país.

Em uma escala estrondosamente maior, Wolverine – O filme (X-men Origens: Wolverine, EUA/CAN, 2008), título que estará disponível para locação no Brasil a partir da próxima semana, sofreu do mesmo mal no começo desse ano, quando uma cópia em workprint – filme inacabado, sem os devidos efeitos especiais – vazou na internet, tendo seu conteúdo baixado por cerca de mais de um milhão de usuários, em apenas um dia.

Após a trilogia X-men, os estúdios Fox optaram por lançar projetos solos dos mutantes, escolhendo assim, como pontapé inicial nessa nova empreitada, Wolverine (Hugh Jackman, pela quarta vez), o mutante mais popular de toda a liga liderada pelo Doutor Xavier.

A história tem inicio quando o personagem principal é apenas o garoto James Howlett, que desde já, se via numa relação aos trancos e barrancos com Dentes de sabre. Ainda nos créditos iniciais, os personagens crescem, e épocas diferentes são recriadas, mostrando guerras, batalhas, e o conseqüente amadurecimento dos ainda inseparáveis amigos.

Anos em conjunto com Dentes de sabre (ótimo papel de Liev Schreiber, de Um ato de liberdade), Logan, como James era mais conhecido, vê mudanças na personalidade do amigo, assim como no grupo justiceiro do qual faz parte, que conta também com Deadpool (Ryan Reynolds, de A Proposta), Agente Zero (Daniel Henney), entre outros.

A fim de deixar seu passado mutante e seus traumas de guerra para trás, Logan muda-se para o gelado Canadá, onde constitui uma tranqüila vida ao lado da bela Kayla. Anos depois, procurado pelo oficial William Stryker (Danny Houston, de 30 dias de noite), o mutante se nega a voltar para os Estados Unidos, mas o faz forçadamente, à procura de vingança, quando Kayla é morta por Dentes de sabre, ainda membro da equipe de Stryker. A partir daí, o enredo desconstrói Logan, colocando Wolverine em seu lugar.

Desmemoriado, ainda mais forte e sedento por saber quem o fez dessa maneira, Jackman, que também assina a produção executiva do filme, encarna um brucutu ao pior estilo Jason Statham espancando de mais e questionando de menos, descaracterizando o personagem das HQs que busca incessantemente respostas sobre o seu passado conturbado.

Efeitos especiais descomunais, grandes cenas de ação e uma história com sentido razoável sustentam Wolverine – O filme, se julgarmos o fato de que o diretor sul africano Gavin Hood (Oscar injusto pelo horroroso Infância roubada), fez o que pôde para tornar a fita o maior blockbuster de entretenimento do ano, infelizmente sem a devida profundidade que a direção de Bryan Singer conseguiu obter ao menos nos dois primeiros volumes da trilogia X-men.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Crítica de cinema: Os delírios de consumo de Becky Bloom

Os delírios de consumo de Becky Bloom: um mar de sacolas para chamar de seu.

Os filmes de comédia atuais estão sendo cada vez mais segmentados para públicos masculinos e femininos. Os primeiros abrangem quase que em sua totalidade histórias de pouco conteúdo, muitos corpos femininos à mostra e piadinhas infames que arrancam riso fácil.

O grupo de comédias estritamente destinadas ao publico feminino é um mote um pouco mais recente no cinema mundial. Antes, mulheres e garotas eram seduzidas apenas por comédias românticas, de conteúdo previsível e finais felizes, mas há algum tempo a história tem sofrido uma metamorfose inevitável: a independência e o poder de consumo feminino.

Sex and the City, a série de tv mais feminista da história, pode ser tida como uma precursora do tipo de película descrita acima. Para quem não conhece, a história gira em torno de quatro mulheres de seus trinta e poucos anos, que vivem uma independência forçada na cidade de Nova Iorque, e que entre consumismo indiscriminado e atitudes imaturas chegam à conclusão de que não conseguem viver sem um homem pra chamar de seu.

Como há males que existem para que o bem seja refeito, títulos como O diabo veste Prada, Vestida para casar, O melhor amigo da noiva e Noivas em Guerra tiveram uma facilidade de realização e boa bilheteria, exatamente graças às portas abertas pela série de tv citada.

Adaptado do best seller homônimo da inglesa Sophie Kinsella, Os delírios de consumo de Becky Bloom (Confessions of a shopaholic, EUA, 2009), é o mais recente exemplar da espécie filmes feitos para mulheres. Todos os elementos de serie estão presentes: moda, romance, independência profissional, a busca pela auto-afirmação e um final feliz para degustar com um caixa de chocolates.

Na história, a encantadora Isla Fisher (Três vezes amor) é Rebecca Bloomwood, mais conhecida por Becky, uma jornalista que munida de doze cartões de credito, gasta o que tem e o que não tem comprando roupas, bolsas e sapatos das mais variadas e caras grifes que a big apple pode comportar.

Trabalhando para uma revista de jardinagem, seu grande sonho é se lançar na carreira de jornalista de moda, mas para isso, seu próximo degrau será aceitar o cargo de colunista para uma revista de economia, assunto que ela definitivamente não domina, já que deve 16 mil dólares para um agiota, que tem como editor Luke Brandon (Hugh Dancy, de Rei Arthur), um homem bonito, bem sucedido e que se veste impecavelmente, apesar de não fazer a mínima questão por marcas e badalações, mas por quem a garota inevitavelmente se atrairá.

Olhando a primeira vista, Os delírios de consumo... não apresenta absolutamente nada que a industria hollywoodina já não tenha fabricado, mas surpreendentemente a direção do australiano P.J Hogan (O casamento do meu melhor amigo), mantém Isla Fisher durante os 90 minutos de fita com um timming de comédia excelente e longe dos exageros costumeiramente presentes no gênero apresentado aqui.

As cenas de Becky se lamuriando com manequins de lojas que tomam vida, as confusões causadas pela jornalista nas reuniões dos dependentes de compras anônimos e a impagável cena do cartão de credito congelado são exemplares únicos nessa comédia que mescla ingenuidade e bom tom.

A trilha sonora deixa um pouco à desejar, em se tratando de um filme com um grande conteúdo pop, porém belas vitrines, figurino assinado por Patrícia Field, que leva no currículo o glamour do já citado O diabo veste Prada e a bregaria sem fim de Sex and the City – O filme, repleto de texturas e cores vibrantes, se torna um imã capaz de atrair olhares até mesmo daqueles que não entendem absolutamente nada de moda.


Apesar de aparentemente ser feito para o público feminino, Os delírios de consumo..., no desenrolar da fita, se mostra um exemplar raro na comédia atual, mirando um pouco além do que deveria, preenchendo a lacuna existente entre filmes machistas e feministas, sendo acima de tudo, entretenimento da melhor qualidade.